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Heurísticas e sua relação com Neuroplasticidade

A tomada de decisões é uma parte importante do nosso dia-a-dia, e nos utilizamos de processos chamados de vieses cognitivos e heurísticas como ferramentas para agilizar e tornar mais eficiente esse processo complexo e incerto. No entanto, esses atalhos podem levar a erros se forem baseados em preconceitos ou experiências limitadas. A neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo do tempo, está conectada a esses processos, permitindo novos aprendizados que desafiam e reestruturam as heurísticas existentes. Aqui, exploraremos a influência dos vieses e heurísticas na tomada de decisão, destacando como a neuroplasticidade e novas experiências podem interagir com esses processos cognitivos.

O que são vieses e heurísticas?

A tomada de decisões é uma parte essencial da vida cotidiana, e nós seres humanos desenvolvemos estratégias para lidar com a complexidade e a incerteza presentes nesse processo. Os vieses cognitivos e as heurísticas são ferramentas que utilizamos para auxiliar na tomada de decisão, agilizando nossos processos e os tornando mais eficientes, com base em experiências anteriores e em espaços de estados complexos. Essas heurísticas nada mais são que regras de julgamento que nos orientam na busca de soluções promissoras. Você pode checar algumas delas no nosso texto “20 Heurísticas e Vieses Cognitivos Mais Conhecidos“.

Essa simplificação no processo de tomada de decisão reduz a carga cognitiva e permite que nos movamos rapidamente em direção a uma solução. Por exemplo, ao jogar xadrez, os jogadores experientes não avaliam exaustivamente todas as possibilidades de movimento. Eles usam heurísticas baseadas em seu conhecimento e experiência para selecionar as jogadas mais promissoras. Da mesma forma, um médico ao realizar um diagnóstico não analisa todas as potenciais causas dos sintomas apresentados pelo paciente. Aqui, eles utilizam heurísticas e dados epidemiológicos para identificar as causas mais prováveis.

Mas nem tudo são flores

No entanto, é importante ressaltar que esses “atalhos” podem levar a erros de julgamento, pois muitas vezes nos baseamos em preconceitos ou em experiências limitadas. Aqui entra a conexão entre vieses e a neuroplasticidade que irá nos permitir novos aprendizados. A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo do tempo. Isso envolve a formação e modificação de conexões neurais, permitindo que o cérebro se reorganize em resposta a novas experiências.

Essa relação é extremamente instigante, pois a exposição a novas informações pode desafiar e reestruturar as heurísticas e vieses cognitivos que temos. Neste texto, exploraremos a influência dos vieses e heurísticas no processo de tomada de decisão e como a neuroplasticidade e os novos aprendizados podem interagir com esses mecanismos cognitivos. 

Uma introdução à neuroplasticidade

A neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo do tempo em resposta a experiências, aprendizado e ambiente. Contrariando a antiga crença de que o cérebro era uma entidade estática e imutável, pesquisas recentes demonstraram que ele é altamente maleável e pode criar novas conexões neurais, fortalecer ou enfraquecer sinapses existentes e até mesmo gerar novos neurônios.

Durante o processo de aprendizado, o cérebro passa por mudanças estruturais e funcionais para incorporar novas informações e habilidades. Por meio de um fenômeno chamado plasticidade sináptica, as conexões entre os neurônios são modificadas com base na atividade neuronal. Quando aprendemos algo novo, fortalecemos nossas conexões neurais relevantes, facilitando a transmissão de sinais e a consolidação da informação.

A construção de vieses e sua relação com a plasticidade neural

É interessante estudar a relação entre vieses cognitivos e neuroplasticidade porque oferece insights valiosos sobre como a exposição a novas experiências e aprendizados pode desafiar e superar heurísticas consideradas como limitantes.  Uma vez que são padrões de pensamento automáticos e tendenciosos, podem levar a erros sistemáticos de julgamento e de tomada de decisão. Esses vieses são influenciados por fatores como crenças, experiências passadas e heurísticas, que são atalhos mentais que simplificam o processo de tomada de decisão. 

Da mesma forma, o aprendizado contínuo e a exposição a novas informações podem desafiar as heurísticas limitantes. À medida que adquirimos novos conhecimentos e habilidades, estamos constantemente reavaliando e ajustando nossos modelos mentais. A neuroplasticidade possibilita a criação de novas conexões neurais e a modificação das existentes, permitindo que a atualização das heurísticas com base em experiências e informações mais recentes, tudo isso sendo reforçado com base no estabelecimento de hábitos.

Considerações Finais

Ao longo deste texto, exploramos como os vieses cognitivos são padrões de pensamento automáticos que podem influenciar nossa tomada de decisão e limitar nossa perspectiva e como essas heurísticas são atalhos mentais que simplificam esse processo, permitindo decisões rápidas e eficientes. Destacamos, ainda, como suas limitações podem influenciar em nossa vida, podendo levar a erros de julgamento. É fundamental reconhecer isso e estar aberto a revisar nossas suposições com base em novas informações e evidências.

Evidenciamos como a neuroplasticidade desempenha um papel crucial nessa dinâmica: é justamente a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo do tempo que nos permite desafiar ações enviesadas e prematuras. A exposição a novas experiências e aprendizados pode remodelar as conexões neurais, resultando em uma visão mais aberta e flexível do mundo.