Conduzindo o crescimento organizacional com a Neurociência
A compreensão e a aplicação da neurociência podem ter um impacto significativo na maneira como a gestão de Recursos Humanos opera e gerencia o que é mais importante para o crescimento da organização: seus colaboradores.
A complexidade e a incerteza do ambiente de negócios hoje aumentaram os padrões esperados de desempenho dos colaboradores. Normalmente, a organização separa a estratégia em duas partes: negócios e pessoas. A equipe do RH fica responsável pela parte das pessoas e o líder da empresa cuida da parte dos negócios e ambos precisam ser bem sucedidos em suas tarefas.
Como todos sabemos, a experiência de um colaborador no local de trabalho hoje desempenha um papel crítico no crescimento de uma empresa. Portanto, é imprescindível para a gestão de recursos humanos de qualquer organização, junto com os gerentes de cada área, assumir a responsabilidade pela experiência da equipe nas esferas de desempenho, aprendizagem, motivação e mudança.
De que forma a neurociência desempenha um papel em tudo isso ou como a neurociência pode ajudar no desenvolvimento organizacional?
Vamos começar primeiro entendendo o verdadeiro significado da Neurociência. A neurociência é um estudo do sistema nervoso e do cérebro humano especificamente nas áreas de motivação, estresse, aprendizagem, atenção, memória, sono, percepção e comportamento. Em outras palavras, é uma investigação de como os indivíduos realmente funcionam!
A compreensão e a aplicação da neurociência podem ter um impacto significativo na maneira como a gestão de Recursos Humanos opera e gerencia a alavanca mais importante de crescimento da organização. Para entender o que motiva o comportamento humano, é imprescindível obter o conhecimento de como o cérebro funciona. É como quando está no processo de se tornar um bom motorista: é necessário entender como funciona o motor, marcha, freios e acelerador de um carro.
Neurociência e motivação dos colaboradores
Gostaria agora de chamar sua atenção para a dopamina, que é uma substância química que funciona como um neurotransmissor no cérebro. O cérebro possui múltiplas vias de dopamina, e uma delas está diretamente ligada à recompensa e ao comportamento motivado. De acordo com estudos, o alto nível de dopamina faz as pessoas trabalharem mais, encorajando-as a maximizar uma recompensa a ser recebida ou minimizar uma punição iminente.
A gestão de Recursos Humanos, por meio de seus processos e práticas, pode desempenhar um papel fundamental em manter o fluxo de dopamina. Algumas práticas que aumentam a motivação do colaborador, aumentando o nível de dopamina são:
- Dividir uma meta em etapas menores. Acompanhar e celebrar a realização de cada uma dessas etapas resulta em reforço positivo no cérebro e, consequentemente, em um aumento no fluxo de Dopamina.
- Comunicar o feedback e verificar sempre com os colaboradores sobre as realizações, bom desempenho leva ao reconhecimento do trabalho, resultando em um feedback mais positivo.
Neurociência e aprendizagem da equipe
A maioria dos programas de treinamento tradicionais são direcionados à sala de aula e tratam apenas dos sintomas, não da causa raiz ou problema de desempenho ou comportamento. Agrupar muitas informações em um curto espaço de tempo cria sobrecarga, que pode causar desgaste emocional (estresse, fadiga e exaustão) e leva a menos aprendizado.
A abordagem de aprendizagem baseada na neurociência tenta criar novos padrões cerebrais subconscientes que levam tempo para serem construídos e reforçados. Algumas das principais práticas de aprendizagem apoiadas pela neurociência são:
- Promover um ambiente de aprendizagem prática, permitindo que as pessoas entrem em seu “flow”, que é um estado de profundo engajamento e criatividade. De acordo com estudos sobre neurociência e jogos, o aprendizado é mais eficaz quando o indivíduo está em um estado emocional positivo. Métodos que utilizam simulações e gamificação divertem os sentidos, levando a uma melhor retenção e impacto duradouro.
- Incentive a aprendizagem ativa. É um processo cognitivo que envolve três partes do cérebro: neocórtex (avaliação e análise), hipocampo (consolidação de informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo) e amígdala (ajuda o cérebro a identificar os pontos salientes de novas entradas) .
Pontos a serem considerados ao elaborar um programa de aprendizagem ativa:
- Dá controle aos participantes, que é o que eles devem aprender;
- Ajuda-os a visualizar como isso se encaixa em seus objetivos de longo prazo;
- Permite aplicação do aprendizado na vida real;
- Encoraja verificações do conteúdo em tempo real;
- Promove aprendizagem colaborativa, que é a oportunidade de ensinar seus colegas.
Neurociência e Mudança Organizacional
Nossos cérebros foram programados para evitar ameaças e funcionar com o objetivo principal de sobrevivência. Nossos ambientes de trabalho estão mudando em um ritmo acelerado, enquanto o funcionamento de nosso cérebro não mudou. A primeira reação de nossos cérebros ainda é evitar mudanças e ameaças.
Durante qualquer tipo de mudança organizacional, a primeira reação da equipe é tentar prever o que pode acontecer e buscar aspectos que tragam segurança e certeza. Na ausência de qualquer comunicação clara, os colaboradores respondem com emoções de “luta” ou “fuga” (sistema “fight or fly”) .
A seguir, algumas práticas que o RH pode seguir para deixar os colaboradores mais confortáveis durante o processo de mudança contínua:
- Crie uma perspectiva positiva: lembrá-los dos benefícios adquiridos no passado primeiro e, em seguida, definir o próximo desafio pode ajudar;
- Envolva-os na tomada de decisões: nosso cérebro prefere controlar a situação. Permitir que as pessoas façam parte do processo de tomada de decisão aumenta as chances de aceitação. Deixe os colaboradores advogarem pela mudança, encontrando e apresentando as razões para a mesma;
- A comunicação transparente, informando sobre as mudanças em linhas gerais e depois explicando como elas vão impactar cada setor detém a ambigüidade na mente e ajuda os colaboradores a se preparar melhor para o que está por vir.
Utilizar conhecimentos da neurociência também ajuda a identificar futuros líderes, realocar os talentos de maneira adequada e fornecer oportunidades específicas de treinamento e desenvolvimento para crescimento e para que estejam preparados para o futuro.
A aplicação da neurociência no RH não se trata apenas de deixar os colaboradores felizes. Na verdade, é uma abordagem incisiva para criar o tipo de ambiente que facilita o envolvimento dos colaboradores com a organização.
Fonte: https://www.peoplematters.in
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