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Estudo compara cérebro de crianças, psicopatas e bandidos

Fulaninho de tal, 3 anos, alta periculosidade. A ideia de reconhecer futuros criminosos em crianças que mal sabem falar foi a grande sensação do maior encontro científico americano, a AAAS, em Washington, no fim do mês passado.

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A “boa notícia” trazida pelos pesquisadores é que seu filho, se tiver um cérebro “malvado”, pode não se tornar um bandido, mas um político corrupto. Criminosos armados e de colarinho branco têm cérebros parecidos.

Os responsáveis pelos estudos que vinculam violência com áreas cerebrais relacionadas ao julgamento moral e ao medo de punição são Adrian Raine, da Universidade da Pensilvânia, e Nathalie Fontaine, da Universidade de Indiana (EUA).

Os dois estão acostumados a desagradar quem os considera deterministas. Sua superlotada apresentação em Washington tinha muita gente com cara feia.

Raine mostrou um trabalho em que escaneou o cérebro de 27 psicopatas para saber como eram as suas regiões ligadas a emoções como a culpa, remorso e medo, principalmente a amígdala e o córtex pré-frontal.

Os psicopatas tinham amígdalas 20% menores do que o normal. Parece pouco, mas não se sabe bem que efeitos comportamentais isso causa, e é notório que a amígdala menor fosse generalizada entre os criminosos.

Resultados semelhantes foram encontrados nos cérebros de crianças consideradas problemáticas por pais e professores, algumas com apenas três anos, e em bandidos sem psicopatia.
Mais: Raine descobriu um cérebro similar em 21 condenados por fraudes financeiras (como golpes contra empresas de cartão de crédito). “Cérebro ruim, comportamento ruim”, resumiu, tornando as caras mais feias.

A pesquisadora chega ao ponto de questionar se essas pessoas realmente têm culpa pelos seus atos. “Ninguém pediu para nascer com uma amígdala menor”, diz.

A ideia de escanear o cérebro de crianças horrorizou os pesquisadores na plateia. Vários pediram o microfone para lembrar do risco de estigmatizar os meninos que estariam fadados ao mal.

Fontaine diz que quanto antes crianças potencialmente perigosas forem identificadas, melhor. “Assim podemos ajudar tanto elas quanto as suas famílias”, diz.

Uma ideia seria avaliar se essas crianças não estão em situações que facilitariam o desenvolvimento do seu potencial criminoso, como viver em áreas de pobreza.

Se estiverem, é preciso tirá-las dali. Cérebro “ruim” em um ambiente pior pode ser a receita da tragédia.

Artigo de: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/885673-estudo-compara-cerebro-de-criancas-psicopatas-e-bandidos.shtml

4 comentários sobre “Estudo compara cérebro de crianças, psicopatas e bandidos

  1. Olá, sou estudante de robótica e inteligencia artificila. pesquiso o cérebro com sindrome down. encontrei seu texto aqui e fiquei curiosa quando vc diz q o psicopata é o que e seu cérebro tem pouca presença de amigada e problema no córtex frontal. Preciso saber espeficifamente que problema é esse. è ausencia das áreas de emoção, julgamento, afetividade. Não me ficou claro essas infoirmações e se puder me esclarecer, fico agradecida.

    maria Claro.

  2. Olá, Maria Claro!

    Na verdade, não fomos nós quem fizemos esta pesquisa. Mas, os pesquisadores em questão estão afirmando que podem determinar o comportamento futuro de uma criança com base na anatomia da sua amígdala. Pessoalmente, acho temeroso esse tipo de julgamento. Mas, independentemente disso, podemos avaliar o papel da amígdala numa ampla base de processamento emocional e em especial em relação à marcação de eventos aversivos. Cabe aqui um estudo aprofundado sobre processamento das emoções para o melhor entendimento.
    Agradeço sua participação no blog e estou à disposição para responder suas questões. Visite nosso site http://www.ineditacursos.com.br.
    Um abraço,

  3. Por favor, gostaria de saber que tipo de atividades foram dadas para que as áreas: amigdala e pré-frontal para que a mesma foram ativadas ou se a pesquisa se restringuiu apenas ao foco anatômico. Não ficou claro pra mim, desculpem a minha ignorância. Obrigada

  4. Olá, Mariana!
    As diferenças que estão sendo consideradas são de natureza anatômica.
    Continue frequentando e comentando nosso blog.
    Um abraço,
    Carla

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