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Como ser mais feliz? Mude o seu comportamento.

Publicado originalmente no NY Times

Cientistas comportamentais já estudam há muito tempo o que nos faz felizes (e o que não faz). Sabemos que a felicidade pode ser sinônimo de saúde e longevidade, e as escalas que “medem” a felicidade podem ser usadas para medir o progresso social e o sucesso das políticas públicas. Mas felicidade não é algo que acontece com você por acaso. Todos têm o poder de fazer pequenas mudanças no seu comportamento, ambiente e relacionamentos que podem ajudar a entrar no caminho para uma vida mais feliz.

 

Mente

A felicidade geralmente vem de dentro. Aprenda a domar pensamentos negativos e a encarar todos os dias com otimismo.

 

Vença o pensamento negativo

Todos os humanos têm a tendência de se deixar levar um pouquinho pela tristeza do que pela alegria, ruminando mais as experiências ruins do que as positivas. É uma adaptação evolutiva: reter muito mais aprendizado com as situações perigosas ou dolorosas que encontramos ao longo da vida (bullying, trauma, traição) nos ajuda a evitá-las no futuro e a reagir rapidamente em uma crise.

Mas isso significa que você tem que entender um pouco mais para treinar seu cérebro para vencer os pensamentos negativos. Veja como:

 

Não tente impedir os pensamentos negativos. 

Dizer a si mesmo “Tenho que parar de pensar nisso” só faz você pensar mais a respeito. Em vez disso, abrace as suas preocupações. Quando você estiver em um ciclo negativo, reconheça isso. “Estou preocupado com dinheiro.” “Esse problema no trabalho está tirando o meu sono.”

 

Trate-se do mesmo jeito que faria com um amigo. 

Quando você estiver se sentindo mal, tendo pensamentos como “eu faço tudo errado” ou “por que eu sempre tomo péssimas decisões”, pergunte-se que conselho você daria a algum amigo que está se sentindo um pouco deprimido. Então, tente aceitar e colocar esse conselho em prática.

 

Questione os seus pensamentos negativos. 

O questionamento socrático é o processo de contestar e mudar pensamentos irracionais. Um estudo conduzido pelos pesquisadores Justin D. Braun Daniel R. Strunk Katherine E. Sasso Andrew A. Cooper e publicado na revista americana Behaviour Research and Therapy em 2015 mostra que esse método pode reduzir os sintomas de depressão. O objetivo é fazer com que você passe de uma mentalidade negativa (“Sou um fracasso.”) Para uma mais positiva (“Tive muito sucesso em minha carreira. Este é apenas um contratempo que não reflete o que eu sou, posso aprender com isso e melhorar.”) Seguem alguns exemplos de perguntas que você pode fazer a si mesmo para questionar o pensamento negativo.

Primeiro, escreva seu pensamento negativo, como por exemplo: “Estou tendo problemas no trabalho e estou questionando minhas habilidades”.

Em seguida, pergunte-se: 

  • “Qual é a evidência para este pensamento?”
  • “Estou baseando isso em fatos? Ou sentimentos? “
  • “Posso estar interpretando mal a situação?”
  • “Como outras pessoas poderiam enxergar essa situação?
  • “Como eu interpretaria esta situação se acontecesse com outra pessoa?”

Conclusão: o pensamento negativo acontece com todos nós, mas se o reconhecermos e desafiarmos esse pensamento, estaremos dando um grande passo em direção a uma vida mais feliz.

 

Respiração controlada

A ciência está apenas começando a fornecer evidências de que os benefícios dessa prática antiga são reais. Estudos descobriram, por exemplo, que as práticas respiratórias podem ajudar a reduzir os sintomas associados à ansiedade, insônia, transtorno de estresse pós-traumático, depressão e transtorno de déficit de atenção. Durante séculos, praticantes da yoga usaram o controle da respiração, ou pranayama, para promover a concentração e melhorar a vitalidade. Buda defendeu a meditação através da respiração como uma forma de alcançar a iluminação. Você pode experimentar.

 

Reescreva sua história

Escrever sobre si mesmo e experiências pessoais, contar a sua história para si mesmo, pode levar a mudanças de comportamento e te deixar mais feliz. (Já sabemos que escrever pode melhorar os transtornos de humor e ajudar a reduzir os sintomas entre pacientes com câncer, entre outros benefícios para a saúde.)

Algumas pesquisas sugerem que escrever em um diário pessoal por 15 minutos por dia pode aumentar a felicidade e o bem-estar, porque nos permite expressar nossas emoções, estar atentos ao que acontece e resolver conflitos internos. Ou você pode dar o próximo passo e se concentrar em um desafio específico que esteja enfrentando, escrever e reescrever essa história.

Todos nós temos uma narrativa pessoal que molda nossa visão do mundo e de nós mesmos. Mas às vezes nossa voz interior não entende direito. Ao escrever e alterar as nossas próprias histórias, podemos mudar nossa percepção de nós mesmos e identificar os obstáculos que impedem nosso bem-estar pessoal. O processo é semelhante ao questionamento socrático (mencionado acima).

Segue abaixo um exercício de escrita:

  1. Escreva uma breve história sobre sua principal dificuldade. “Estou tendo problemas de dinheiro.” “Estou tendo dificuldade em fazer amigos em uma nova cidade.” “Eu nunca vou encontrar o amor.” “Estou brigando com minha esposa.”
  2. Agora escreva uma história nova do ponto de vista de um observador neutro ou com os conselhos que você daria a um amigo. 
  • “O dinheiro é um desafio, mas você pode tomar atitudes para organizar a sua vida financeira.” 
  • “Todos temos dificuldades quando mudamos para uma cidade nova. Dê um tempo. Tente encontrar pessoas que tem interesses parecidos com os seus.”
  • “Não concentre todos os seus esforços em encontrar o amor. Concentre-se em conhecer pessoas novas e se divertir. O resto virá com o tempo.”
  • “Casais discutem. Vendo de outra perspectiva, a sua situação parece a seguinte:…”

Escrever e reescrever sua história pode tirar o seu foco da sua mentalidade negativa e ajudar a ver a vida de forma mais positiva. “A ideia aqui é fazer com que as pessoas entendam quem são e para onde querem ir”, disse James Pennebaker, professor de psicologia da Universidade do Texas que foi o pioneiro das pesquisas sobre escrita expressiva. “Penso na escrita expressiva como uma correção do curso de vida.”

 

Mexa-se

Quando as pessoas se movem, mesmo que seja um pouco, elas tendem a ser mais felizes do que quando estão paradas. Em um estudo, que foi publicado na revista científica PLoS One em 2017, pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, monitoraram os movimentos e o humor de usuários de celulares e descobriram que as pessoas relataram mais felicidade se tivessem se movido nos últimos 15 minutos do que quando estavam sentadas ou deitadas. Na maioria das vezes não era uma atividade física intensa, apenas uma caminhada os deixava de bom humor. É claro que não sabemos se a decisão de se exercitar traz mais felicidade, ou se pessoas felizes acabam se movimentando mais, mas sabemos que mais atividade física caminha lado a lado com mais saúde e maior felicidade.

 

Pratique Otimismo

O otimismo pode vir tanto de dentro de nós quanto do aprendizado durante a vida. Mesmo se você nasceu em uma família de pessoas um pouco negativas, você ainda pode encontrar a sua faísca de pensamento positivo. Otimismo não significa ignorar a realidade de uma situação terrível. Depois de perder o emprego, por exemplo, muitas pessoas podem se sentir derrotadas e pensar: “Nunca vou me recuperar disso”. Um otimista reconheceria o desafio de uma forma mais esperançosa, dizendo: “Isso vai ser difícil, mas é uma chance de repensar meus objetivos de vida e encontrar um trabalho que realmente me faça feliz”.

E ter pensamentos positivos e cercar-se de pessoas positivas realmente ajuda. O otimismo, assim como o pessimismo, pode ser contagioso. Portanto, faça questão de conviver com pessoas otimistas.


Fonte: NY Times 


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