Profissionais usam Neuromarketing para obter melhor qualidade em produtos e vendas
Número de empresas que utilizam a ferramenta no mundo cresceu 64% nos últimos cinco anos
Nós somos uma sociedade consumista, e os números apresentados por pesquisas provam essa afirmação. Entre os meses de fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, volume de vendas do comércio varejista brasileiro teve alta de 2,3%.
E quando o território é on-line, com as facilidades da compra com um clique, o e-commerce tem aumentado ainda mais o volume de vendas das empresas. Uma mostra da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) estima que até o final de 2019, o faturamento das vendas pela internet alcance os $ 79,9 bilhões, crescimento de 16% com relação a 2018.
Uma informação curiosa veio do NuvemCommerce Relatório Anual, apontando que 21% das vendas via internet no ano de 2018, aconteceram por meio de redes sociais.
Com um produto na mão, uma boa forma de divulgá-lo na cabeça e com estratégias de marketing eficazes, a tendência é que não apenas o volume de vendas aumente cada vez mais, como também a velocidade das comercializações.
Uma das ferramentas que está sendo utilizada para chegar aos bons resultados nas vendas é o neuromarketing, com a finalidade de estudar o comportamento do consumidor, realizar estratégias mais eficazes de comunicação e desenvolver melhores ações de marketing.
“O Neuromarketing não está envolvido só nas estratégias de comunicação, ele pode ser usado inclusive durante a tomada de decisão para a escolha de um material durante o desenvolvimento do produto, por exemplo. Pesquisas podem ser feitas para determinar com qual materiais o consumidor se sentirá mais satisfeito quando estiver utilizando o produto final”, declara Erica Ariano, estrategista de marketing e brand, neuroscience researcher e especialista em mídias digitais.
Não é recente a percepção da estrategista de Marketing de que esta ciência faria a diferença na área de produção e vendas. Em 2004, quando fazia MBA, foi a primeira vez que ouviu falar sobre o assunto, o que chamou bastante a sua atenção a ponto de fazê-la buscar mais informações sobre o tema sempre que possível. Em 2012, já com sua empresa It’s Business funcionando, como consultora em Marketing estratégico, decidiu iniciar a aplicação dos insights que conhecia nas estratégias de seus clientes. Percebeu que havia um incremento muito interessante no resultado das estratégias, principalmente no engajamento dos consumidores.
De acordo com a especialista, os profissionais que decidem utilizar o neuromarketing para ajudar e facilitar a escolha dos consumidores, terão mais sucesso, conseguirão um relacionamento melhor com os clientes e possivelmente não apenas fãs da marca, mas embaixadores da marca. Aqueles que não apenas a admiram, mas também a divulgam por seu envolvimento com o que ela faz.
“Já as marcas que trabalharem a indução, correm o risco de perderem os clientes. Dificilmente quem se sente enganado durante uma compra, volta a comprar a mesma marca, a ir à mesma loja ou a elogiá-la para seus amigos. Marcas que trabalham errado, sempre gastarão mais por estarem sempre tendo que ir atrás de clientes novos – é um tiro no pé”, afirma.
Neuromarketing pelo mundo
A utilização do neuromarketing como importante ferramenta para conquistar consumidores cresce a cada ano. Hoje são mais de 150 agências registradas na The Neuromarketing Science and Business Association (NMSBA) trabalhando com neuromarketing pelo mundo. Há cinco anos, em 2014, este número era de 97 agências utilizando a ciência.
As universidades também estão investindo em pesquisas sobre o comportamento do consumidor.
“Existe um estudo comparativo entre a Universidade de Nova York e a Fox School of Business que é bastante interessante. As universidades trabalham de maneira independente. Uma está responsável por colher as informações que foram concebidas por pesquisas de Neuromarketing para propagandas ao redor do mundo, e a outra fica responsável por identificar se os resultados alcançados estavam de acordo com o que as pesquisas sugeriram que aconteceria”, afirma Erica.
De acordo com a especialista, os cientistas testaram oito métodos diferentes: pesquisas tradicionais; medidas implícitas; rastreamento ocular; frequência cardíaca; condutância da pele; respiração; atividade cerebral, usando ressonância magnética funcional e ondas cerebrais, usando eletroencefalografia.
“Seus experimentos e análise de dados subsequentes mostraram que é a ressonância magnética funcional traz os resultados mais certos no poder preditivo sobre pesquisas tradicionais. Mas de qualquer forma a grande conclusão é que a neurociência aplicada para entender o consumidor realmente funciona”, afirma.
Saiba muito mais sobre Neuromarketing durante o curso Neurociência Aplicada ao Marketing: O que todo profissional precisa saber, que acontece no dia 27 de julho de 2019, das 9h às 18h, no Instituto Conectomus.