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Pela conservação da energia vital e pelo desenvolvimento da inteligência social

Por que as pessoas têm tanta dificuldade de usar adequadamente as faixas de pedestres? Será que a lógica que está por trás das regras de utilização não é suficientemente clara? Eu sou do tipo que paro para pedestres atravessarem. E não é por medo da multa. Eu paro porque é melhor parar. Um pedestre andando gasta muito mais energia vital do que eu sentada no meu carro.

Sei disso porque sou pedestre muitas vezes também. É duro perder o ritmo da caminhada e ter de parar, olhar se está vindo carro, decidir se vou ou não, se dá tempo ou não. Quanta energia vital despendida!

Como economizar energia vital?

Seria melhor ligar meu piloto automático de pedestre e atravessar nas faixas sem pensar e só parar quando houvesse semáforo de pedestre no vermelho. Regra bem mais simples do que olhar, decidir, correr, parar, apressar o passo, olhar para o motorista, arriscar-se, etc.

E para o motorista? Muito mais fácil também: tem faixa no chão? Verifique se há pedestres e pare. Não tem? Passe. Essas regras preservam a parte mais frágil do sistema: o pedestre.

O cérebro trabalha muito bem com esse conjunto de estímulos e respostas bem definidos. Assim, a consciência pode cuidar de outras coisas enquanto os sistemas subconscientes executam tarefas automatizadas. Códigos pré-definidos permitem que a atividade mais nobre do sistema não se ocupe com tarefas corriqueiras.

É exatamente por essa razão que os processos de uma empresa são considerados peças fundamentais do desenvolvimento e da capacidade produtiva dessa companhia.

Pessoas que têm respostas claras a estímulos específicos podem gastar energia com aquilo que realmente merece ser elaborado por processos cognitivos diferenciados. Inovação e criatividade dependem disso. Alta performance também. Elaborar processos novos mais eficientes, idem.

Quando sou pedestre e posso andar despreocupada, confiando em motoristas bem treinados, gasto o tempo da caminhada pensando em coisas nobres. Quando sou motorista, tenho ações automatizadas e reservo minha atenção e energia para aquilo que realmente pode me surpreender.

Se hipoteticamente considerarmos que toda a humanidade dispõe de uma mesma quantidade de energia vital para gastar, vale a pena pensar em como poderíamos conservar essa energia.

Podemos chamá-la de inteligência social. A evolução humana dependeu muito disto: estabelecer tarefas claras dentro de um grupo social para que a eficiência e eficácia do grupo pudessem ser dramaticamente melhoradas.

Do que depende o desenvolvimento dessa inteligência social?

Um dos trabalhos mais complexos e mais importantes para atingir esse objetivo é o desenvolvimento de métodos para preservação de energia vital de uma equipe. Saber claramente qual é o seu papel na engrenagem que fará todos atingirem o objetivo comum é importante, mas não é suficiente.

Também é preciso que se saiba como facilitar as coisas para que a energia vital de outras pessoas seja conservada. O resultado é surpreendente. A soma das energias conservadas produz o sucesso de todos. Foi essa fórmula simples que nos trouxe da savana até aqui.