Motivadores Intrínsecos
Em diferentes pesquisas realizadas no Brasil e no mundo, os jovens colaboradores parecem estar mais interessados em obter qualidade de vida do que recompensas financeiras.
Não que eles não gostem de ganhar dinheiro, mas eles não são tão inseguros e receosos sobre o futuro quanto as gerações passadas. Gostam de serem premiados e elogiados. Mas se sentem ainda mais motivados quando a empresa para a qual trabalham está envolvida em causas maiores e pode, de verdade, se tornar uma referência para as pessoas que aderem à marca e aos ideais destas empresas.
Como muitas vezes esta visão é combatida com argumentos que insistem em procurar em todos os seres humanos o ratinho que pressiona a barra da gaiola em busca de água, vale lembrar que para executar este comportamento condicionado de estímulo e resposta, nosso ratinho precisa estar em privação de água por no mínimo 24 horas.
É fato que, se os colaboradores de uma empresa estão trabalhando privados de segurança, amedrontados por perspectivas econômicas pessimistas e profundamente endividados (como vivíamos nas décadas de 80/90), será muito comum se defrontar com comportamentos baseados na perspectiva “se só alguns vão se dar bem, que um deles seja EU”.
Um vídeo antigo (2009) de Dan Pink fala sobre motivação e como reagimos quando o estímulo que recebemos é simplesmente recompensa e punição. Neste vídeo, devidamente sustentado por dados empíricos, ele nos convence que equipes que são motivadas no velho estilo (viagem de férias quando alcançam metas e trabalho extra quando falham) tendem a ter resultados muito bons quando as tarefas dependem unicamente de esforço.
Porém, para os verdadeiros desafios do século XXI, onde precisamos contar com a capacidade criativa e todo o envolvimento emocional das pessoas, esta estratégia tende a ser falha e inclusive provocar piores resultados.
E o que o nosso cérebro tem a ver com isso?
Para entendermos melhor estes dados, vale a pena fazer uma rápida visita ao cérebro humano. Uma das funções ligadas ao cérebro, que atingiu o máximo do seu desenvolvimento em nossa espécie, é a capacidade de nos envolvermos em tarefas sociais e nos relacionarmos por meio de expressões faciais, emoções, empatia e engajamento em busca de um resultado coletivo.
A área cerebral diretamente envolvida com estas tarefas fundamentais para o relacionamento humano é o córtex pré-frontal, uma região que também está envolvida com muitas funções cognitivas como raciocínio lógico, tomada de decisão, criatividade entre outras.
No entanto, para podermos permitir que esta área funcione na sua máxima potência, o indivíduo precisa se sentir socialmente atrelado a um grupo e, principalmente, precisa se sentir seguro.
Isso não significa que devemos permitir que as pessoas estacionem na sua zona de conforto. Porém, é imprescindível que os desafios sejam apresentados de uma forma que os principais elementos de engajamento estejam presente, os elementos motivacionais intrínsecos ao indivíduo. Os motivadores sociais.
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