Funções executivas na primeira infância: a cereja do bolo no cérebro!
Por que trabalhar as funções executivas é tão importante na educação na primeira infância?
Imagine que o cérebro de uma criança é como um o céu cortado por milhares de aviões diferentes, cada um em uma direção, de um modelo, em uma velocidade, em linha reta, em curva, em looping… E a criança tem que aprender a gerenciar toda essa informação que chega do ambiente – por meio dos órgãos dos sentidos – e do seu próprio corpo – fome, sede, dor, emoções. Para isso, ela precisa de uma espécie de torre de controle de tráfego aéreo, para que possa descobrir o que precisa de atenção, onde manter o foco, como controlar os impulsos, como se planejar, que informação precisa guardar e o que precisa ser ignorado ou descartado. As funções executivas são esse “controle de tráfego aéreo” no cérebro!
Construindo a torre de controle
De fato, não nascemos com as habilidades que nos permitem manter o foco, controlar os impulsos e fazer planos, tomar decisões, corrigir a rota. Nascemos com o potencial para desenvolvê-las. Mas isso só ocorre dependendo de nossas experiências desde a primeira infância até o início da vida adulta (sim, o pleno desenvolvimento das funções executivas só se dá na vida adulta!). Para construir essa torre de controle que comanda o tráfego aéreo do nosso cérebro e o leva a uma alta performance, é preciso começar pelo alicerce já na primeira infância, subindo as paredes gradativamente, pois isso dará sustentação para o pleno desenvolvimento das funções executivas ao longo da vida. Essas habilidades são desenvolvidas por meio da prática, da experiência, do exemplo e vão sendo progressivamente lapidadas. E quando esse estímulo ao desenvolvimento das funções executivas é feito através da educação formal, justamente pela consistência, frequência e planejamento das ações, pode-se construir paredes ainda mais sólidas para essa torre!
O que são funções executivas
Funções executivas são um grupo de habilidades que nos ajudam a focar, a planejar, a direcionar e gerenciar vários fluxos de informação ao mesmo tempo, monitorar erros, tomar decisões a partir das informações disponíveis, rever planos, resistir às distrações, evitar ações precipitadas. Conseguir construir os primeiros blocos dessas habilidades é uma das tarefas mais importantes nos primeiros anos da infância, mais do que aprender qualquer conteúdo! Estimular essas capacidades rudimentares é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança, para a maturação do cérebro e para a aprendizagem.
Quais são as funções executivas?
Entre as funções executivas principais estão:
– A memória operacional, que é a capacidade de manter e gerenciar informações em nossas mentes durante curtos períodos de tempo, que nos permite, por exemplo, lembrar um número de telefone a tempo de discá-lo, recordar o início do texto do parágrafo quando estamos no final dele, fazer um problema de matemática com várias etapas, revezar em atividades de grupo, retomar o exercício depois de ter ido tomar o lanche.
– O controle inibitório, que é capacidade de filtrar pensamentos, evitar distrações, pensar antes de agir, resistir a impulsos e tentações. Essa habilidade nos permite manter a atenção, nos concentrar nas tarefas importantes e controlar as emoções.
– A flexibilidade cognitiva, que é nossa capacidade de alterar a rota, de nos ajustar de acordo com novas exigências e perspectivas, é o que nos permite utilizar regras diferentes para contextos distintos, que nos permite buscar novos caminhos para resolução de problemas.
A cereja do bolo no cérebro
O Córtex Pré-Frontal, região do cérebro que fica bem atrás da nossa testa, é a área mais evoluída do cérebro humano. É a cereja do bolo, é o que nos difere dos outros seres vivos. E é lá que se alojam as funções executivas. Essa região cerebral está relacionada ao planejamento, priorização e organização, ao automonitoramento, à elaboração de pensamentos complexos, à expressão da personalidade, tomadas de decisão, regulação de emoções, autocontrole, persistência, manejo do tempo e modulação de comportamentos. A falta de desenvolvimento das funções executivas leva à falta de atenção, dificuldade para evitar distrações, dificuldade para organizar os pensamentos, impulsividade, agressividade, inadequação social, descontrole emocional, dificuldade de planejar e cumprir objetivos, entre outros.
Na primeira infância, sim!
O desenvolvimento das funções executivas na primeira infância é de fundamental importância, pois forma o alicerce necessário para a aprendizagem. Afinal, como poderíamos aprender algo se não conseguimos sustentar a atenção e evitar distrações? Se não guardamos o começo da frase quando chegamos no final dela? Se não conseguimos evitar os impulsos? Se não estamos aptos a descartar as informações que chegam e não são importantes, como o barulho da rua, do ar-condicionado, o aluno que passa no corredor? Se não controlamos os movimentos do nosso corpo ou evitamos que a mente voe? As primeiras experiências na infância moldam o desenvolvimento das funções executivas para ajudar as crianças a aprender a ler e escrever, para se lembrarem das etapas ao realizarem uma operação matemática, para compreenderem uma história, para debaterem um assunto em classe, para se relacionarem com outras crianças, para tentarem resolver um problema de forma diferente, para esperarem sua vez de pegar o brinquedo, para concatenarem ideias.
Voo livre!
As funções executivas são realmente a cereja do bolo do cérebro, são o nosso diferencial. Não dá pra ficar sem a cereja. Ela é necessária para orquestrar o funcionamento de diversas atividades mentais, preparar o cérebro para aprender e otimizar seu desempenho. Mas para que essa cereja amadureça e atinja seu máximo potencial, é preciso começar a estimular tais habilidades desde o primeiro ano de vida. Assim, podemos desenvolver indivíduos plenos, aptos a aprender sempre, autoconscientes e capazes de comandar o seu voo livre!
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