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Os hormônios influenciam nosso comportamento?

A Neurociência diz como os hormônios interferem no comportamento, mesmo quando a gente não quer.

Os hormônios têm impacto em quase tudo que o nosso corpo faz. Eles fazem o nosso balanceamento biológico, controlam o ritmo de nossas vidas, regulam as funções corporais. São responsáveis por provocar o sono ou o estado de alerta, fome ou saciedade, felicidade ou raiva, por fazer o sistema reprodutor trabalhar, o corpo crescer, engordar ou emagrecer, se estressar ou relaxar, ficar de bom ou mau humor. Com tudo isso, fica fácil perceber que grande parte do nosso comportamento é moldada por nossos hormônios. Muitas vezes, os hormônios até nos fazem agir de maneira que não gostaríamos!

Afinal o que são hormônios?

Os hormônios são substâncias produzidas no corpo humano por glândulas e tecidos especializados e são liberados na corrente sanguínea. Eles são mensageiros químicos que permitem a comunicação entre diferentes áreas do corpo, percorrendo-o até chegarem a células específicas para a sua atuação. Feito chave e fechadura, cada hormônio tem seu local específico de atuação.

Você controla seu comportamento?

Não dá pra dizer que sim e nem que não. Hoje, com os avanços da Neurociência, sabe-se que os hormônios têm grande influência no comportamento, que nem sempre você age como gostaria por conta disso. Em grande parte das nossas ações, agimos de modo automático, baseando-nos em nossas emoções, e isso tem muito a ver com a interferência dos hormônios. Mas, por outro lado, o seu comportamento também influencia seus hormônios, a produção deles, a liberação. Portanto, difícil saber quem controla quem.

Mas afinal, os hormônios dão ordens para o nosso corpo?
Conheça alguns hormônios e como podem influenciar no comportamento

Ocitocina (“O hormônio do amor”)

Conhecida como “hormônio do amor”, “do prazer”, do “antiestresse”. A ocitocina é produzida pela neuroipófise e é a responsável pelo apego materno ao bebê através da amamentação. A ocitocina é liberada em situações de afeto, abraços, aumenta a libido, alivia estresse e ansiedade e melhora as habilidades sociais.

Comportamento: Sob a ação da ocitocina nos tornamos mais calmos, afetuosos e empáticos, tendemos a confiar mais nas pessoas e nos mostramos mais dispostos a ajudá-las. Estudo de Paul J. Zak, publicado pela Public Libery of Science, apontou que participantes de um experimento que inalaram ocitocina e participaram de uma atividade de dividir dinheiro com um estranho foram 80% mais generosos do que os que não inalaram.

Tireoidianos T3 e T4 (“O hormônio do metabolismo”)

Os hormônios produzidos pela Tireóide, T3 e T4, são responsáveis por regular o metabolismo corporal, controle de frequência cardíaca, pressão arterial, a quantidade de cálcio no sangue, as concentrações de colesterol, transpiração, entre outros. Quando em desequilíbrio, trazem várias implicações ao corpo e ao comportamento.

Comportamentos: Quando em excesso (hipertioreidismo), provocam irritação, nervosismo, ansiedade, rapidez de movimentos, hiperatividade. Quando em baixa (hipotireoidismo), provocam lentidão de movimentos e de raciocínio, depressão, dificuldades com a memória.

Grelina (“O hormônio da fome”)

Conhecida como “hormônio da fome”, é produzida nas células do estômago e pâncreas.  Quando o estômago está vazio, ela atua no hipotálamo avisando o cérebro: “é hora de comer!”. A Grelina gera a sensação de fome e incentiva a ação para que você acabe com ela. Quando se come, aí é a vez da Leptina, que dá a sensação de saciedade e faz o controle da ingestão.

Comportamento: Já percebeu que quando bate a fome muitos ficam, mesmo sem querer, irritados ou com dificuldade de concentração? Quando estamos com o estômago vazio, a Grelina logo manda nosso corpo ir atrás de comida, é mais importante do que qualquer coisa em termos de sobrevivência. E aí fica mais difícil fazer qualquer outra tarefa. Por exemplo, reuniões de trabalho na hora do almoço podem ser afetadas pela Grelina, aumentando os níveis de agressividade, diminuindo os níveis de atenção. 

 Cortisol (“O hormônio do despertar”)

Produzido no córtex das glândulas suprarrenais, o Cortisol é “hormônio do despertar”, que nos faz acordar todas as manhãs. Ele também é considerado o “hormônio do estresse” já que tem a função básica de preparar o corpo para situações de estresse e nos ajudar a enfrentá-las. Não deixa a glicose baixar, fornecendo mais energia aos músculos e sistema nervoso.

Comportamento: Altos níveis de cortisol podem gerar sensação de impotência, baixa autoestima, irritação, sensação de “dar branco”, falta de senso de humor, cansaço  sem ter realizado esforço, ataques de gula ou falta de apetite. O Cortisol foi muito importante para a nossa sobrevivência ao longo da evolução humana, porque nos mantém em alerta para os perigos. No entanto, a vida atual gera um excesso de cortisol que pode causar transtornos como estresse, ansiedade, depressão.

Adrenalina e Noradrenalina (“O hormônio da ação”) 

Elas preparam o corpo para grandes esforços físicos, para luta ou fuga! São liberadas em grande quantidade em situações de medo, susto ou estresse. Estimulam o coração a bater mais rápido e forte, levando mais sangue a órgãos vitais, elevam a tensão arterial, contraem alguns músculos e relaxam outros, dilatam a pupila para aguçar a visão, aceleram a respiração para que haja maior captação de oxigênio, elevam a taxa de açúcar no sangue, diminuem a digestão para focar a energia do corpo (o que dá a sensação de “frio na barriga”).

Comportamento: Muitas vezes temos nosso comportamento completamente dominado pela adrenalina e noradrenalina em situações de tensão ou medo: a voz que não sai, tremores nas mãos ou no corpo, falta de capacidade de raciocinar ou de dizer o que queria dizer, atitudes impulsivas. O excesso de adrenalina também dificulta a tomada de decisões.

Testosterona (“O hormônio do sexo”)

Testosterona é um hormônio sexual, produzido nos testículos (nos homens) e nos ovários (nas mulheres), mas vai muito além dessa atuação. Pessoas com alto grau de testosterona aceitam correr mais riscos, têm mais autoconfiança, são mais rudes, inquietas, sorriem menos, mais impulsivas, menos pacientes para estudar, analisar ou trabalhar. James Dabbs, um dos maiores especialistas em testosterona e psicólogo da Georgia State University, demonstrou que presidiários que cometeram crimes violentos e violavam frequentemente as regras da prisão com atos de agressividade tinham níveis de testosterona mais altos que os outros.

Comportamento: O excesso de testosterona pode levar a reações mais agressivas ou violentas do que se desejava, também pode gerar um exagero de autoconfiança e otimismo e  dificuldades para ver as coisas como são na realidade. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, como o neurocientista John Coates, comprovaram que a testosterona interfere no tipo de risco que os operadores financeiros estão dispostos a correr. Ganhos em série aumentam a quantidade de testosterona do corpo, levando a aumento da autoconfiança e lucros maiores num primeiro momento por conta disso, mas, com o tempo, leva a uma euforia que é prejudicial na avaliação de riscos.

Viu como a neurociência e os hormônios são incríveis e ao mesmo tempo simples, nós do instituto conectomus acreditamos que a neurociência é para todos.


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