Neurociência e a Satisfação no Trabalho
Publicado originalmente em inc.com
Quando o cérebro libera a substância química da sensação de bem-estar, coisas boas acontecem para você e para sua empresa.
Ao longo da última década, pesquisas na área da Neurociência vem orientando os líderes e profissionais de RH sobre as maneiras de melhorar o trabalho em equipe, a produtividade e o desempenho da empresa.
Mas, cientificamente falando, qual é a fonte de tudo isso? Qual é aquele ingrediente que faz com que algumas das melhores culturas empresariais do mundo prosperem e sejam lucrativas?
Muitas dúvidas e uma ótima resposta
O Dr. Paul Zak tem a resposta. Ele é o Diretor fundador do Center for Neuroeconomics Studies e o autor de Trust Factor: The Science of Creating High Performance Companies (Fator Confiança: A Ciência de Criar Empresas de Alta Performance – sem tradução para o português).
A equipe de Zak descobriu que a confiança é um componente chave que torna o trabalho estimulante, produtivo e inovador. Embora isso talvez não seja uma notícia chocante, pode ser intrigante: em 2004, o laboratório de Zak foi o primeiro a descobrir que uma das substâncias químicas do cérebro, a ocitocina, aumentou a confiança, a generosidade e a conexão com os outros.
Então a confiança é uma substância química? Nos estudos de laboratório de Zak, é a ocitocina que nos permite determinar em quem confiar. E estamos descobrindo que mais empresas estão se beneficiando dela na forma como as equipes trabalham juntas.
8 passos para construir a confiança
A pesquisa de Zak identificou oito blocos de construção para criar uma cultura de confiança. Se você está procurando um modelo para colocar em ação, pode seguir os passos abaixo:
Um bom feedback é sempre bem vindo
Reconhecer e elogiar performances de alto desempenho. Quando acontece imediatamente depois que uma meta foi atingida, quando vem de colegas e quando é tangível, inesperado, pessoal e público, esses fatores têm o maior efeito sobre a confiança.
O reconhecimento público não só usa o poder da multidão para celebrar os sucessos, mas também inspira outras pessoas a buscar a excelência. – Paul Zak
Boas expectativas
Defina metas difíceis, mas alcançáveis, que as pessoas podem se esforçar para alcançar. Zak diz que quando um gerente atribui a uma equipe uma tarefa difícil, mas realizável, o estresse moderado da tarefa libera ocitocina (e a adrenocorticotrofina neuroquímica), o que intensifica o foco das pessoas e fortalece as conexões sociais quando trabalham juntos para atingir um objetivo. Mas isso funciona apenas se os desafios forem claramente definidos e alcançáveis, não vagos ou fora de alcance.
De olho no rendimento
Dar autonomia às pessoas para que elas possam escolher como gerenciar equipes e executar projetos de sua própria maneira, sempre que possível. A autonomia promove a inovação, porque pessoas diferentes tentam abordagens diversas. E nesse ponto, ter confiança para descobrir as coisas por conta própria é um grande motivador.
Um pouco de flexibilidade
A flexibilidade está permitindo o autogerenciamento, que é importante para que as pessoas controlem suas vidas profissionais. Quando os funcionários podem escolher em quais projetos irão trabalhar, eles concentram suas energias naquilo que mais lhes interessa.
Zak usa o exemplo da Morning Star Company, a maior processadora de tomate do mundo. Seu objetivo é criar uma empresa na qual todos os membros da equipe se auto organizem em grupos, iniciando a comunicação e a coordenação de suas próprias atividades com colegas, clientes e fornecedores. Na verdade, as pessoas nem mesmo têm cargos na Morning Star.
Maior abertura
Ter mais abertura permite que o compartilhamento de informações flua tanto dos líderes para os funcionários quanto vice-versa. Organizações que exercem transparência e se comunicam aberta e regularmente com os funcionários reduzem a incerteza sobre para onde estão indo e por quê.
No relatório State of the American Manager da Gallup , um estudo com 2,5 milhões de equipes lideradas por gerentes em 195 países descobriu que o envolvimento dos funcionários melhorou quando os supervisores tinham alguma forma de comunicação diária com subordinados diretos.
Cuidado é essencial
Cuidar é construir e cultivar intencionalmente relacionamentos com outras pessoas no trabalho. Experimentos do laboratório de Zak mostraram que, quando as pessoas desenvolvem laços sociais, seu desempenho melhora.
À medida que se preocupam e confiam cada vez mais uns nos outros, eles têm um desempenho melhor porque não querem decepcionar seus colegas de equipe.
Investir sempre
Ambientes de trabalho de alta confiança investem no desenvolvimento profissional e pessoal de seu pessoal. É ter um código mental construtivo para cuidar da pessoa como um todo.
Zak cita uma pesquisa de Carol Ryff e Corey Keyes, da Universidade de Wisconsin em Madison, que mostra que o desempenho é prejudicado quando os funcionários não crescem como seres humanos. Os gerentes devem se reunir com frequência para se concentrar no crescimento de seus funcionários e ter conversas sobre família, integração trabalho-vida e bem-estar.
Acolha a autenticidade
Permita que seu eu autêntico seja visto. Mostre vulnerabilidade no trabalho. Quando os líderes em locais de trabalho de alta confiança pedem ajuda de seus funcionários e colegas ao invés de apenas dar ordens às pessoas, a pesquisa de Zak descobriu que “isso estimula a produção de oxitocina em outras pessoas, aumentando sua confiança e cooperação”, o que ajuda as equipes a atingirem as metas de negócios.
Pedir ajuda é eficaz porque ativa o impulso humano natural de cooperar com os outros. – Paul Zak
Ocitocina é pop, é tech, é tudo
A equipe de Zak também descobriu que a ocitocina aumenta a experiência de empatia. Ele atua como a base química para a Regra de Ouro, diz Zak. “Se você me tratar bem, meu cérebro libera ocitocina e eu estarei motivado para tratá-lo bem, construindo um relacionamento de confiança.”
Junte tudo isso e você terá o ingrediente secreto de grandes culturas de trabalho. Como Zak ilustra, quando você aumenta a confiança no trabalho, “os membros da equipe se coordenam cognitivamente e emocionalmente de maneira mais eficaz; assim como os músicos de jazz, eles se unem para fazer uma bela música”.
Fonte: inc.com
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